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Comemoram-se este ano os 400 anos do nascimento daquele que foi um dos maiores escritores da lusofonia e cuja prosa marcou definitivamente a moderna língua portuguesa. Após quatro séculos a sua genialidade continua bem actaul conforme o seguinte extracto retirado so Sermão de Santo António aos Peixes pregado na cidade de São Luís do Maranhão em 1654:

 

«[…] A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. (…) Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá: para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros? Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas; vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-de comer.»

 

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publicado às 16:39
editado por Rui Luzes Cabral a 7/1/20 às 23:05

CEM ANOS DEPOIS DO REGICÍDIO

por Rui Luzes Cabral, em 01.02.08

           

       Rei D. Carlos I                      Príncipe D. Luís Filipe

Hoje comemora-se o centenário do Regicídio sobre D. Carlos I na Praça do Comércio, em Lisboa, mais conhecida pelo Terreiro do Paço. Ao seu lado morreu também o seu filho e herdeiro ao trono, o Príncipe Real D. Luís Filipe. Os Monárquicos lamentam o sucedido, alguns Republicanos festejam a data, havendo muitos (como eu) que condenem a forma como afastaram naquela altura o representante máximo do país. Prefiro festejar o 5 de Outubro de 1910.

Sou Católico, de Esquerda (militante Socialista) e Republicano. Costumo ouvir dizer que a democracia é a vontade do povo e não só das elites. Mas o que eu quero mesmo é que as pessoas que vivem em Portugal vivam bem. Tenham liberdade pessoal, justiça plena, educação, saúde e trabalho (pelo menos). Quero que sejam minimamente felizes, apesar de ter a consciência que um mundo perfeito é uma utopia.

Já que se referenda o aborto, as regiões e um dia destes será a eutanásia, e como sou democrata, não me repugna nada que se referende o nosso sistema republicano versos monárquico. Eu prefiro a República, mas se a maioria quiser a Monarquia, então que assim seja. Desde que, obviamente, se submeta regularmente ao veredicto popular. Como disse atrás, o que quero é que Portugal seja um país de paz, liberdade e boas condições de vida, onde a pobreza seja ínfima. O resto é conversa.

Nota I: Fotos retiradas de www.pt.vikipedia.org

Nota II: Pode ver também a página na internet sobre o Centenário do Regicídio aqui

 

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publicado às 19:27

O 31 DE JANEIRO DE 1891

por Rui Luzes Cabral, em 31.01.08

Gravura publicada na revista Illustração, onde se documenta a proclamação do novo regime feita a partir da varanda da Câmara Municipal do Porto

 

A primeira tentativa da implantação da República em Portugal aconteceu no Porto há 117 anos e, nessa altura não vingou. Só a 5 de Outubro de 1910 é que a monarquia cairia. Pode ler aqui um texto de Fernando de Sousa (Professor Catedrático da Universidade do Porto) sobre esta revolução.

 

“Mas, a 31 de Janeiro de 1908 (há que recordá-lo aqui também), em plena ditadura de João Franco, depois de esmagada a reacção revolucionário republicana de 28 de Janeiro, o rei Carlos I assinou um decreto que conferia ao ditador poderes de excepção, permitindo-lhe perseguir, prender e deportar, sumariamente (sem processo judicial), qualquer pessoa suspeita de republicanismo activo ou de mera insubmissão ao regime e ao governo, decreto esse que terá motivado o atentado regicida levado a cabo no dia seguinte...” Extracto retirado do site REPÚBLICA E LAICIDADE – Associação Cívica 

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Gravura de Louis Tynayre que representa a Guarda Municipal a atacar os revoltosos entrincheirados no edifício da Câmara Municipal durante a Revolta republicana do Porto. Publicada na Illustração, revista universal impressa em Paris, 1891, vol. 8

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publicado às 15:50


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