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Camélias, a semana passada, ao fim da tarde

por Rui Luzes Cabral, em 25.02.08

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publicado às 19:30

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Comemoram-se este ano os 400 anos do nascimento daquele que foi um dos maiores escritores da lusofonia e cuja prosa marcou definitivamente a moderna língua portuguesa. Após quatro séculos a sua genialidade continua bem actaul conforme o seguinte extracto retirado so Sermão de Santo António aos Peixes pregado na cidade de São Luís do Maranhão em 1654:

 

«[…] A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. (…) Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá: para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os Tapuias se comem uns aos outros? Muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas; vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-de comer.»

 

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publicado às 16:39
editado por Rui Luzes Cabral a 7/1/20 às 23:05

Carnaval, Cinzas e Quaresma

por Rui Luzes Cabral, em 03.02.08

Próximos dias são marcados pelo início do tempo de preparação para a Páscoa, no calendário da Igreja Católica

 

Olhando para o calendário, rapidamente se percebe que é a Páscoa quem rege o Carnaval: a Páscoa é celebrada no primeiro Domingo da lua cheia após o equinócio da primavera, no hemisfério Norte. O Carnaval acontece entre 3 de Fevereiro e 9 de Março, sempre quarenta e sete dias antes da Páscoa, ou seja, após o sétimo Domingo que antecede o Domingo de Páscoa.

 

CARNAVAL

O Carnaval é uma festividade popular colectiva, cíclica e agrária. Teve como verdadeiros iniciadores os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no ano 4000 a.C., e uma segunda origem, por assim dizer, nas festas pagãs greco-romanas que celebravam as colheitas, entre o séc. VII a.C. e VI d.C.

A Igreja viria a alterar e adaptar práticas pré-cristãs, relacionando o período carnavalesco com a Quaresma. Uma prática penitencial preparatória à Páscoa, com jejum começou a definir-se a partir de meados do século II; por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência

Tertuliano, São Cipriano, São Clemente de Alexandria e o Papa Inocêncio II foram grandes inimigos do Carnaval, mas, no ano 590, a Igreja Católica permite que se realizem os festejos do Carnaval, que consistiam em desfiles e espectáculos de carácter cómico.

No séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a evolução do Carnaval, imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras, quando permitiu que, em frente ao seu palácio, se realizasse o Carnaval romano, com corridas de cavalos, carros alegóricos, corridas de corcundas, lançamento de ovos, água e farinha e outras manifestações populares.

 

CINZAS

No dia seguinte, a cinza recorda o que fica da queima ou da corrupção das coisas e das pessoas. Este rito é um dos mais representativos dos sinais e gestos simbólicos do caminho quaresmal.

Nos primeiros séculos, apenas cumprem este rito da imposição da cinza os grupos de penitentes ou pecadores que querem receber a reconciliação no final da Quaresma, na Quinta-feira Santa, às portas da Páscoa. Vestem hábito penitencial, impõem cinza na sua própria cabeça, e desta forma apresentam-se diante da comunidade, expressando a sua vontade de conversão.

A partir do século XI, quando desaparece o grupo de penitentes como instituição, o Papa Urbano II estendeu este rito a todos os cristãos no princípio da Quaresma. As cinzas, símbolo da morte e do nada da criatura em relação a seu Criador, obtêm-se por meio da queima dos ramos de palmeiras e de oliveiras abençoados no ano anterior, na celebração do Domingo de Ramos.

 

QUARESMA

O termo Quaresma deriva do latim "quadragesima dies", ou seja, quadragésimo dia. É o período do ano litúrgico que dura 40 dias: começa na quarta-feira de cinzas e termina na missa "in Coena Domini" (Quinta-Feira Santa), sem inclui-la.

O sexto Domingo, que dá início à Semana Santa, é chamado "Domingo de Ramos", "de passione Domini". Desse modo, reduzindo o tempo "de passione" aos quatro dias que precedem a Páscoa, a Semana Ssanta conclui a Quaresma e tem como finalidade a veneração da Paixão de Cristo a partir da sua entrada messiânica em Jerusalém.

Uma prática penitencial preparatória para a Páscoa, com jejum, começou a surgir a partir de meados do século II; outras referências a um tempo pré-pascal aparecem no Oriente, no início do século IV, e no Ocidente no final do mesmo século.

Nos primeiros tempos da Igreja, durante esse período, estavam na fase final da sua preparação os catecúmenos que, durante a vigília pascal, haveriam de receber o Baptismo.

Por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência, marcas que ainda hoje se mantêm.

Na Liturgia, este tempo é marcado por paramentos e vestes roxas, pela omissão do "Glória" e do "Aleluia" na celebração da Missa.

 

Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

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publicado às 23:30

CEM ANOS DEPOIS DO REGICÍDIO

por Rui Luzes Cabral, em 01.02.08

           

       Rei D. Carlos I                      Príncipe D. Luís Filipe

Hoje comemora-se o centenário do Regicídio sobre D. Carlos I na Praça do Comércio, em Lisboa, mais conhecida pelo Terreiro do Paço. Ao seu lado morreu também o seu filho e herdeiro ao trono, o Príncipe Real D. Luís Filipe. Os Monárquicos lamentam o sucedido, alguns Republicanos festejam a data, havendo muitos (como eu) que condenem a forma como afastaram naquela altura o representante máximo do país. Prefiro festejar o 5 de Outubro de 1910.

Sou Católico, de Esquerda (militante Socialista) e Republicano. Costumo ouvir dizer que a democracia é a vontade do povo e não só das elites. Mas o que eu quero mesmo é que as pessoas que vivem em Portugal vivam bem. Tenham liberdade pessoal, justiça plena, educação, saúde e trabalho (pelo menos). Quero que sejam minimamente felizes, apesar de ter a consciência que um mundo perfeito é uma utopia.

Já que se referenda o aborto, as regiões e um dia destes será a eutanásia, e como sou democrata, não me repugna nada que se referende o nosso sistema republicano versos monárquico. Eu prefiro a República, mas se a maioria quiser a Monarquia, então que assim seja. Desde que, obviamente, se submeta regularmente ao veredicto popular. Como disse atrás, o que quero é que Portugal seja um país de paz, liberdade e boas condições de vida, onde a pobreza seja ínfima. O resto é conversa.

Nota I: Fotos retiradas de www.pt.vikipedia.org

Nota II: Pode ver também a página na internet sobre o Centenário do Regicídio aqui

 

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publicado às 19:27


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